NATAL DO MENINO JESUS FESTIVAL DE ESTRELAS LUMINOSAS


NATAL DO MENINO JESUS

FESTIVAL DE ESTRELAS LUMINOSAS

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Paróquia Nossa Senhora da Saúde

O céu está cheio de estrelas. São estrelas luminosas, são luzes no infinito. O mundo está cheio de estrelas, estrelas bonitas e coloridas, estrelas benditas. Não são pessoas importantes e poderosas. Estrelas são pessoas queridas que iluminam nossa vida. São nossos pais, nossos amigos, nossos filhos.

Estrelas são pessoas queridas que fazem nossa vida mais bonita. Nossa vida está cheia de estrelas que apontam os bons caminhos, são como bussolas que nos orientam no seguimento de nossa felicidade. As estrelas sempre foram luzes que norteiam nossos passos e nos abrem caminhos na escuridão.

Nestes tempos natalinos encontramos luzes em todos os caminhos, em todas as lojas, em todas as igrejas. São luzinhas que reluzem festivamente anunciando o tempo alegre do Natal.

As luzes são milhares, são milhões e transformam o ambiente. As músicas criam ainda mais um ambiente emocionante. O cenário está preparado para a maior festa da humanidade, a festa do Natal. Mas afinal, quais são as estrelas do Natal cristão? São estrelas luminosas, muito além das vitrines. Estão em nossos corações e nos convidam para acolher o Filho de Deus. Eis as estrelas, maravilhosas obras da criação.

 

ESTRELA DAS ESTRELAS 

Eis a estrela de todas as estrelas, estrela divina, eterna estrela; cheia de graça e esplendor, plena em divindade, também plena em humanidade. Basta lermos o “prólogo de João”, quando é anunciado o Cristo que veio ao mundo.

Palavras carregadas de sabedoria: “no princípio era o Verbo e o Verbo era Deus”. A grande estrela desta festa é Jesus. Na liturgia, todos nossos sentimentos e nossa fé se voltam para sua luz. Afirmamos que Luz divina veio iluminar a humanidade.

O mistério de Cristo se encontra no mistério de sua Mãe. Portanto, o Filho de Deus se aproxima das realidades humanas e sua Mãe nos leva a tocar o limiar do infinito. Ela é participante deste grande milagre que transfigura a história da humanidade. Sua dignidade infinita provém do Bem infinito, que é Deus. De fato, depois de Cristo, nenhuma criatura humana se uniu a Deus de modo tão sublime e tão pleno.

Nas celebrações natalinas, todos os rituais nos mostram quão grande é o mistério da encarnação divina na história da humanidade. Foi um divisor de períodos históricos. A humanidade concebe-se como antes de Cristo e depois de Cristo. É a concretização de uma aliança perpétua e universal.

Jesus é a estrela das estrelas. Ele está presente no mundo, ganhando vida no ventre de Maria. Maria é o tabernáculo do Filho de Deus. Não mais uma arca de madeiras nobres, mas a nobreza de um ventre santo.

Assim, entre a Mãe e o Filho há intercâmbio de vida e identidade de afetos. Podemos acreditar que os sentimentos de Maria se revelam no coração de Cristo. Ao mesmo tempo, a graça de Cristo penetra na vida de Maria e por Ela, na vida de todos nós. Somos todos participantes do divino presépio. Este mistério é grande; podemos contemplar, nunca entender plenamente. A estrela se iluminou de graça e esplendor. Pelo assentimento generoso de Maria, unindo-se à graça do Espírito, a estrela reluziu no horizonte da humanidade e a escuridão desapareceu para sempre.

A Estrela do Natal é o Filho de Deus, que faz o dia reluzir e a noite se torna tão clara como o dia. Do esplendor desta estrela, todos nós somos iluminados. Bem disse João, o evangelista e apóstolo: “a luz veio ao mundo” e todos nós nos iluminamos de seus raios divinos.

 

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ESTRELAS DE MAIOR GRANDEZA 

“No amor, Oh Maria, geraste quem te criou! Misterium fidei; mistério da fé”. Estrela divina, Jesus, convidou uma mulher para fazer parte de sua constelação.

Este é o plano divino: iluminar o universo com a luz imensa de seu próprio Filho. Foi assim que este plano divino se realizou. Somente foi possível pela adesão espontânea de Maria. Quando o anjo mensageiro fez o convite, revela-se sua vocação de servidor do plano de salvação. Maria não demora compreender e compreendendo acolhe o chamado dos céus. Sua vontade confunde com a vontade de Deus. Foi nesta fusão luminosa que foi concebido o pequenino Filho de Deus em nossa terra.

A luz se expande por todo mundo e por todos os corações. Assim, a estrela divina veio clarear o coração da humanidade. Maria e José, nos rituais litúrgicos são celebrados como estrelas de maior grandeza, sempre refletindo a estrela dourada, Jesus Salvador.

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Refletindo a luz do sol divino, Maria e José anotam a participação humana na pessoa do próprio Filho, concebido misteriosamente pela infusão do Espírito Santo.

Nestas estrelas de maior grandeza, quer dizer, em Maria e José, dá-se o encontro entre a humanidade e o próprio Deus. Bem verdade que professamos que Maria está presente no mistério da encarnação do Verbo. José, na parceria, é seu cúmplice e seu testemunho.

Estrela que pousa no chão do mundo, Filho de Deus inaugura sua aventura histórica no seio da família humana.

A luz divina pede licença para iluminar o seio da terra e inicia sua obra pelo ventre humano e generoso de Maria. Iluminada pelo Espírito, Maria se torna a grande estrela do projeto divino.

Voltemos às profecias de Isaías (7, 14): “pois sabei que o Eterno, o Senhor, ele mesmo vos dará um sinal: Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e se chamará Emanuel, Deus Conosco!” 

Foi assim, podemos professar que o lar de Nazaré acolheu a “estrela de todas as constelações” o Deus-menino. Pelos rituais natalinos – desde o advento até a epifania – celebramos o milagre da casa pequenina de Nazaré que se torna o coração da mais sagrada das famílias. Iluminou-se o universo pela luz que se acendeu na estrela de Nazaré. Estrelas de grandeza incomparável, tornaram-se o recanto da esperança, da fé e da confiança. Se nossa família for um presépio e se ouvirmos a voz dos anjos celestiais que anunciam a vinda do Menino Deus, nossa casa torna-se também a “casa do pão”, da partilha e da comunhão. E seremos todos embevecidos pela luz fulgurante do lar, onde reluzem as estrelas de maior grandeza: Maria e José.

 

GABRIEL, ESTRELA ANGELICAL 

Deus se serviu de um mensageiro para anunciar o grande mistério. Quando tantos anjos se rebelaram contra Deus, Deus encontra em Gabriel um anjo atencioso e servidor.

Por isso exclamamos que se o Anjo Gabriel é o embaixador de Deus para a missão redentora divina, Maria e José são os embaixadores humanos. Neste cenário paradisíaco é fecundada a presença divina do Verbo de Deus na natureza humana. Luzes que refletem a luminosidade do Alto.

Realiza-se em Maria e José, o místico nascimento de estrelas, geradas nos raios do sol do mundo, luz dourada, reflexo da Trindade. Este é o ritual do Natal que se processa em várias semanas, desde o Advento até a Epifania, passando pela “noite estrelada do presépio”.

Tão luminosa, Maria é feliz por ter cumprido sua delicada missão, anunciada pelo anjo mensageiro. Ele também foi escolhido por Deus. E Maria foi a preferida do Altíssimo (Lc 1, 46). Em tudo, ela foi animada por José que gentilmente participa desta missão, que somente aos poucos foi compreendendo e acolhendo, sem medo e com confiança.

O chamado divino na distância daquela pequena e simples família da Galileia é um abraço divino na humanidade. Nesta experiência pessoal e familiar, transborda uma grande intimidade, que nós podemos contemplar e partilhar.

Maria fica contente, apesar dos sofrimentos profetizados e dos desafios assumidos. Ela percebe com admiração que a grandeza da luz divina se faz humildade e clareia estrelas pequenas e insignificantes, para torná-las magníficas e preciosas.

Estrelas se acenderam pelo sim corajoso e confiante de Maria e pela participação confiante de José, que a tomou consigo para partilhar seu destino e enfrentar todas as dificuldades.

 

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CONSTELAÇÃO DE ESTRELAS 

Quando olhamos para o céu, vemos uma grande estrela, tão luminosa que seu clarão turva nosso olhar. É o sol. Mesmo na noite, sua luz se faz presente no reflexo de tantos astros, estrelas menores, que refletem sua força iluminadora. São servas do grande astro brilhante, que repassam para nós, na distância e na escuridão, os raios de sua luz.

Esta analogia nos permite perceber a luminosidade divina, que é o “sol da justiça”, Jesus Cristo, que nos ilumina e serve-se da iluminação de estrelas menores para nos ofertar sua graça, seu amor e sua misericórdia. Neste tempo de Natal, o sol, estrela das estrelas de nosso sistema solar, vem pertinho de nós, aproxima-se mais e mais para nos arrancar das trevas de uma noite longa e assustadora. Sem Deus, vivemos na depressão, na tristeza e na incerteza. Por sua luz, a graça divina se aproxima de nós e nos dá seu calor.

A liturgia nos apresenta esta constelação de estrelas, que reflete a luz divina e nos aponta para o “sol de nossa vida”. Cristo, a luz divina, veio ao mundo e nós vemos sua glória (Jo 1, 14) manifestada neste tempo, mas presente desde os tempos antigos em nossa história.

Bem é verdade que a ação de Deus revelada no Advento nos coloca em ritmo de esperança, por isso usamos o roxo suave nos rituais do Advento. Falamos de uma esperança alegre que reforça a luta pela vida. Uma vez que a luz divina, o sol eterno, está despontando no horizonte, como rezamos na liturgia (Zc 6, 12), nutrimos a doce expectativa que toda tristeza vai desaparecer de nossos corações e toda escuridão de nossas trevas será iluminada. A constelação de estrelas deste tempo abençoado nos traz a planta da construção de uma nova história. São os raios que emanam da gruta do presépio; raios de simplicidade, solidariedade, justiça e caridade.

Vamos conhecer estas estrelas bonitas, que revela os dons divinos. Estes dons são revelados nos anjos que vieram anunciar (Lc, 1, 44), mas já se desponta nas profecias de Isaías (9, 2), no florescer do deserto (Is 31, 1), no júbilo de toda a terra (Is 44, 23) e sobretudo na

transformação do gênero humano, para libertar o povo oprimido (Is 35, 9). Assim será com Izabel, João Batista, os Reis magos e os pastores. Estas estrelas da constelação natalina vivem exultantes de alegria. São monumentos que exaltam a simplicidade humana contra as prepotências deste mundo.


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IZABEL E ZACARIAS, SÁBIOS ANCIÃOS 

Uma mulher anciã, cheia de ternura, Izabel, a mãe do precursor espera um filho, nascido na velhice. Também Izabel, portanto, participa desta constelação de estrelas de santidade. Para ingressá-la no mistério da encarnação, Maria foi visitar Isabel. Leva em seu ventre a alegria da presença de Deus. O grito alegre do menino no ventre da anciã bondosa indica que ela é um verdadeiro espaço de transmissão da graça. O menino em seu ventre sente a presença de Deus, porque seu coração é lugar fértil da graça.

No encontro com Izabel, realiza-se uma ação missionária. As duas mulheres, mães dos dois “maiores seres da história humana” são raios luminosos pelos quais chega ao mundo da luz divina. A participação de Izabel e Maria serve para propagar a mensagem evangélica. É o serviço missionário, que é o anuncio da palavra divina. Maria, a grande missionária de Deus anuncia vida nova para a família de Zacarias e Isabel. São estrelas que refletem a luz do grande sol do universo.

Como as estrelas se lançam na escuridão, para levar luz em suas trevas, Maria foi distante, muito distante, no meio das montanhas, para encarnar o amor divino, sua luz para todos os vilarejos mais distantes.

A participação discreta de Zacarias, que de tanta emoção emudeceu, mostra que a luz divina nos faz silenciar, para que Deus fale através de cada um de nós e sua mensagem atravesse as mais altas e mais longínquas montanhas. Zacarias é parte desta constelação que navega ao redor do sol de nossas vidas.

 

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JOÃO, ESTRELA CORAJOSA 

Deus não quer ser sozinho, embora somente ele basta a si mesmo. Na eternidade, Deus é Trindade, na história vivem em comunidade. João é uma estrela grandiosa, iluminada e predileta do grande Sol. É o próprio Cristo quem repete: “Nascido de mulher, ninguém é maior que João, o batizador” (Mt 11, 11).

Este homem corajoso, que nasceu da promessa de um anjo que anunciou Zacarias, é o grande precursor. Ele inaugura o tempo da Nova Aliança nas margens do Rio Jordão.

Naquele encontro misterioso de duas crianças, ainda nos ventres maternos, revelam que a missão divina tinha sido acolhida por todos seus protagonistas.

Apesar dos perigos e das incertezas, nunca se têm dúvidas de sua missão. Eles se colocam a cada instante no plano de Deus. O Messias, torna-se o Emanuel e João, seu precursor, e as mulheres o campo de ação desta batalha entre o bem e o mal.

Basta recordar as profecias de Joel: “toquem a trombeta, deem o alarme no monte santo. Tremam todos os habitantes do país, pois o dia do Senhor está chegando. Está próximo. E assim como a luz da aurora se estende pelos montes, um grande e poderoso exército se aproxima como nunca se viu e nem jamais se verá nas gerações futuras”. (Jl, 2, 1-2)

Reconhecemos que a mão divina está presente em suas vidas desde o princípio. João Batista à frente, mas todos ao seu lado refletem a luz do Criador.

Todos os dois protagonistas do messianismo foram concebidos por graça divina, como uma ação gratuita de sua generosidade. Basta recordar que ao receber a saudação de Maria, o menino vibrou de alegria no ventre de Isabel. Os raios das estrelas se cruzam e se unem, gerando maior luminosidade. Tantas vezes, eles se encontram nos caminhos do deserto, das cidades e das praças, segundo os desígnios misteriosos de Deus.

De perto e de longe, João acompanha os passos de Jesus e prepara os caminhos para sua missão no mundo. Fiel por amizade e parentesco, quando João Batista foi encarcerado, a notícia entristeceu Jesus. João, a estrela corajosa do deserto, protestou contra a prepotência de Herodes. Os seus caminhos se cruzavam como sinal de comunhão e partilha. A morte de João uniu ainda mais seus sentimentos e coloca Jesus e João nas trilhas do martírio.

João, a estrela que veio clamando justiça e conversão nas curvas do Rio Jordão, continuou brilhante no mundo por todos os séculos. Nascido de mulher, ninguém é maior que João.

 

 ESTRELAS LUMINOSAS NA ESCURIDÃO DA NOITE 

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Ainda outras estrelas iluminaram-se do “sol dourado”, a luz do mundo. Participaram devotamente da encenação da gruta. Fizeram o cenário mais bonito, mais gracioso e mais elevado. São estrelas que se iluminaram quando contemplaram a estrela divina e receberam raios sagrados de sua beleza.

Os primeiros homens a descobrirem o facho de luz que emanava da gruta foram, depois de Maria e José, os pastores. Cuidavam de seus rebanhos, com fidelidade e dedicação, quando deslumbraram um clarão no céu. Correram apreensivos e descobriram contentes a fonte da luz que vinha das entranhas de uma gruta abandonada, habitação de humildes animais.

Os pastores cantavam com emoção, juntamente com o coro dos anjos, o hino mais belo que cantamos na Noite de Natal: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade” (Lc 2, 14).

O canto se espalhou com a brisa da noite fria e silenciosamente pelos campos e pelas montanhas de toda Judéia e os animais vieram cumprimentar o menininho da gruta sagrada. 

Vieram os Reis Sábios. Estrelas do Oriente, deixando-se iluminar pela grandeza de uma luz fulgurante que transladava no céu. Seguiram confiantes e tocaram o Filho de Deus e reconheceram sua grandeza e seu grande poder; poder de amar, de servir e de converter os corações mais empedernidos. Vieram, segundo a tradição, Balthasar, Melquior e Gaspar, representando os povos africanos, os povos europeus e os povos asiáticos. Se fosse em nossos dias, por certo viria também um grande rei representando os povos indígenas. Jesus é o Rei universal, rei dos reis e servo da humanidade. Com ele, aprendemos o grande amor de Deus pela humanidade e seguindo seu exemplo, os governantes da terra deveriam aprender que governar é servir o povo com humildade e não se enriquecer espoliando os mais pobres.

Poucos dias depois, Jesus é consagrado no templo. Surgem então mais duas estrelas luminosas: Simeão, o profeta, e a profetiza Ana. Jesus foi consagrado no templo: eis o ritual da Epifania. A consagração no templo, seu batismo religioso, marca seu ingresso numa família espiritual.

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Lá estava Simeão, o velho profeta, que por longos anos sonhava abraçar o Messias tão esperado. Num ato de fé, reconhece naquele menino o Enviado de Deus. Entramos na “era

messiânica”. Seu brado de emoção faz o mundo compreender que os arcos da antiga Aliança são rompidos e surge um novo tempo. Silenciosamente, a profetiza Ana proclama seu encontro com o Deus – Emanuel. A família e o templo se confundem num mesmo abraço. O templo, representado pelo profeta Simeão, e o lar, no colo da profetiza Ana, recebem a visita do Messias e abrem-se aos novos tempos. Estrelas tocadas pela grande estrela do universo: o Filho de Deus, o verbo divino (Jo 1, 1).

Naqueles gestos espontâneos, se cumpriam os oráculos divinos. Este evento torna-se a porta do céu para toda humanidade, pois o Reino de Deus está entre nós.

No Natal, entendemos que o templo de Jerusalém simboliza todos os templos do mundo, bem como todas as manifestações religiosas. Um único Deus para todos os povos, todas as etnias e culturas. Um templo universal, o templo que é o coração humano, onde Deus habita desde sempre e para sempre.

 

ESTRELAS DECADENTES

No tempo de Natal as estrelas mais luminosas devem ofuscar as estrelas decadentes. É preciso que Jesus seja mais reluzente que o Papai Noel, símbolo da bondade dos homens, mas tristemente transformado em garoto propaganda da exploração comercial, que empurra para as crianças a futilidade do capitalismo selvagem.

Herodes representa a estrela decadente. Ele tenta apagar a luz do sol nascente que nos veio visitar (Lc 1, 78; Jo 8, 12). Ele representa a ganância, a sede de poder e a exploração dos mais fracos. Ele representa a corrupção dos nossos governantes, sem caráter e perversos, que compram os ignorantes pela demagogia e que se engrenam numa pornografia do poder, onde a consciência e a ética são vendidas por malas de dinheiro e vergonhosas ementas parlamentares. Estrela decadente de Herodes são os templos religiosos que se tornaram grandes simonias da graça e dos dons divinos, empacotados em milagrismos mentirosos, sustentados por mídias da malandragem. Herodes representa os grandes salários, pagos pela infantilidade de fanáticos do futebol, das ideologias e das falsas religiões. Herodes continua vivo, matando crianças nas periferias, deixando morrer enfermos nos hospitais e maltrapilhando os idosos em aposentadorias minguadas.

Herodes está demolindo a esperança do mundo no Reino de Deus. Não haverá de vender, pois São Luís Orione anunciou que “o mundo está cheio de corrupção, mas Deus vencerá e vencerá na misericórdia e na justiça.





Pe. Antônio Sagrado Bogaz – Prof. João H. Hansen
autores de Nos passos de Maria. Paulinas. 2015
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 FOLIA DE REIS, AS ESTRELAS DOS FOLIÕES
Esta festa vem das terras portuguesas. Uma dança rápida ao som do pandeiro, cheia de cantos repetidos. Misturando cantos de devoção ao Divino Espírito Santo, com bandeiras e cantos devocionais e a homenagem ao Menino de Belém, anuncia ao povo que é Natal.
Separando-se mais tarde da Folia do Divino, a Folia de Reis, com seus foliões peregrinando pelas casas sempre à noite (diversamente da Folia do Divino que caminha durante o dia) e esmolam ingredientes para a grande festa dos Reis Magos. Marcham desde o dia 24 de dezembro até os primeiros dias de janeiro. Muitas vezes, para visitar todas as casas, iniciam suas visitas no dia 13 de dezembro, dia de Santa Luzia. Não podem saltar nenhuma casa e caminhando pelas estradas, devem ir até a última casa avistada. Nenhuma casa deve ser excluída da bênção da Bandeira dos Reis.
Cantam cantos simples e de refrães repetitivos, no que se fazem acompanhar pelo povo. Seus instrumentos são o violão, o cavaquinho, o pandeiro, o pistão e outros instrumentos feitos artesanalmente pelos próprios cantores da folia. O chefe é o alferes da Folia de Reis, que organiza as duas festas com os presentes recebidos; uma na Festa dos Santos Reis (06 de janeiro) e outra, menos comum, na Festa da Candelária (02 de fevereiro).
Visando cumprir promessas e graças recebidas, estes foliões carregam a bandeira por pelo menos sete anos, abarrotam a casa com as suas bandeiras com imagens pintadas e coladas, muitos colares e medalhas e fitas devocionais. Os foliões se comportam como missionários do anúncio da vinda de Jesus ao mundo. 
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ARVORE DE NATAL, CARREGADA DE ESTRELAS
A árvore de Natal é montada cheia de bolas coloridas, imitando frutas nórdicas, que resistem ao frio. A árvore é um símbolo da vida que resiste, que nasce, que sobrevive e que protege nossas esperanças. É o símbolo da estrela divina que não se apaga jamais. Sua origem está numa lenda em que um monge, há muitos séculos, precisava se proteger da neve, numa noite de Natal. Estando para morrer atolado na neve, avista uma única árvore, o pinheirinho, carregado de folhas e frutos. Desde então, a árvore tornou-se o símbolo da resistência da vida diante da perversidade do mundo. Mais ao alto, no topo das árvores natalinas, bem como nas portas das casas e no alto dos edifícios das cidades e nas igrejas, estão as estrelas natalinas. A estrela que anunciou a chegada do Menino Deus e depois guiou os Reis sábios vindos do Oriente, até chegarem na gruta de Belém. A árvore está viva e vence o duro inverno e a luz da estrela brilha na escuridão. São símbolos do poder e do amor de Deus, real e presente no Menino Jesus.
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