SOMOS FILHOS DA LUZ

SOMOS FILHOS DA LUZ

A VOCAÇÃO PENTECOSTAL


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Para nós é quase impossível imaginar a grandiosidade do que significou a vinda do Espírito Santo para os Apóstolos, discípulos e Maria.

Jesus Cristo tinha preparado os Apóstolos para esta imensa missão e o momento chave do início da Igreja no mundo.

Após sua ressurreição, Cristo apareceu várias vezes para eles dizendo para que “não se afastassem de Jerusalém, mas que aguardassem que se cumprisse a promessa do Pai” (At 1, 4-5).

Cristo pediu, também, que permanecessem juntos para que pudessem se preparar para a chegada do Espírito Santo. Foram com Maria para o Cenáculo esperando o acontecimento que havia sido prometido para eles (At 1,14).

Cristo pediu que todos permanecessem juntos para receber o dom do Espírito Santo. Uma espécie de promessa que todos fizeram em relação à fidelidade de cada um com Cristo.

Foi feita uma oração bastante alongada, enquanto esperavam uma inesquecível lição para a comunidade cristã, que culminaria com a chegada do Espírito Santo. Foi desta maneira que o Espírito Santo desceu sobre todos, como línguas de fogo. Pode-se imaginar o susto e o deslumbramento de todos que estavam presentes. O Espírito Santo veio dar-lhes sabedoria, compreendendo aqui dons próprios que levassem os Apóstolos e discípulos a caminhar em direção à evangelização. 

 

FESTA MILENAR JUDAICA 

Este dia de Pentecostes cristão, diferente do Pentecostes judaico que era chamado de Festa da Colheita, referia-se a colheita de grãos, trigo e cevada. Também tínhamos o nome de Festa das Semanas, pois durava sete semanas essa celebração. O início da festa acontecia justamente no quinquagésimo dia depois da Páscoa, com a primeira colheita da cevada e terminava com a colheita do trigo (Dt 34, 22; Nm 28, 26; Dt 16, 10). Ainda tínhamos no Pentecostes judaico, o dia das Primícias dos frutos. Era uma oferta voluntária do povo judeu a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidas naquele ano (Nm 28, 26).

E finalmente a chamada Festa de Pentecostes, cujo nome utilizamos para a chegada do Espírito Santo, que era utilizada nesta enorme festa judaica, uma vez que os gregos assumiram a parte cultural do mundo e nos últimos trezentos anos antes do Novo Testamento, a língua grega acabou se tornando muito popular entre os judeus. Assim como hoje, entendemos inglês no mundo todo. 

Apesar de Pentecostes ser para nós a chegada do Espírito Santo que nos trouxe os dons, estes também eram atribuídos àqueles que cuidavam da terra, cultivavam o trigo e a cevada, cuidavam do plantio agrícola, uma vez que a Festa da Páscoa era algo mais próximo de uma festa caseira, enquanto Pentecostes originalmente era na roça que se realizava. O homem agradecia a Deus pelos dons dado a cada um. 

Pode-se entender de forma simples que como Deus dava dons ao homem para o plantio, o sentido de Pentecostes para os cristãos, acabou de certa forma igual aos judeus, dom é distribuído por Deus, são diferentes como as pessoas.

Todos os dons são, portanto, presentes de Deus para nossa vida. Presentes que não devem ficar guardados, mas sim, compartilhados com nossos irmãos. É na partilha que vemos as bençãos de Deus sobre cada um de nós.


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UMA EXPERIÊNCIA MÍSTICA

Após o aparecimento do Espírito Santo, os apóstolos pregavam em todas as línguas e todos entendiam. A maravilha é que os homens entendiam os apóstolos na sua língua nativa. Foi um verdadeiro alvoroço e entende-se mais de três mil pessoas se converteram ao cristianismo, conforme o Atos dos Apóstolos posteriormente registrou:

E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua (1,6). E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando?(1,7) Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?(1,8)

Ao nos referirmos ao Espírito Santo, devemos lembrar dos sete dons a ele atribuídos, os quais são inspirados no Profeta Isaías (11,2-3), que são: sabedoria, inteligência, conselho, ciência, fortaleza, piedade e temor de Deus.

Por sua vez, o Novo Testamento assume esta profecia através de Jesus Cristo. O Messias possui o Espírito Santo a partir de sua força, lembrando que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, trata-se de é um só Deus em três pessoas distintas. Cristo, então, terá um reinado baseado na justiça e paz, através dos dons recebidos.

Os dons do Espírito são sete, cujo significado é perfeição e universidade. São Paulo, em Gálatas (5, 22-23) nos fala dos  “frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, benignidade, mansidão, modéstia, castidade e domínio de si”. Não podemos confundir os dons do Espírito Santo com os frutos do Espírito Santo, mas na realidade todos possibilitam atender nosso espírito com suas dádivas para nosso coração. Devemos, então, entender que dentro de um projeto de vida cristão, os dons são qualidades dadas por Deus a cada um de nós.  

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Convite à Sabedoria. Somos chamados para adentrar no conhecimento de Deus e nos faz caminhar em direção ao verdadeiro sentido da vida. A pessoa cheia de Sabedoria é quem pratica a justiça, a misericórdia, e a própria vida que vem de Deus.

Vocação à Inteligência. Somos vocacionados para entender o coração de Deus e levados a compreender as verdades da salvação, reveladas através da Sagrada Escritura e da Igreja de Cristo. Exemplo: Amai-vos uns aos outros como vos amei.

Chamado à Ciência divina. Somos chamados à evoluir. A competência de inventar, descobrir e salvar o ser humano e a natureza. A participação do homem na luta contra a morte.

Vocacionados ao Conselho. Este dom leva o ser humano para orientar e direcionar para os problemas da vida. Este dom dá possibilidade de ajudar o outro para enfrentar inúmeros percalços que temos na nossa existência.

Clamados para a fortaleza. É um clamor divino para tornar as pessoas corajosas para poder lutar contra as intempéries da vida e ser fortalecido por Deus o tempo todo, para assumirem com dificuldades e alegria, fazendo de nossa comunidade um futuro melhor.

Chamados para a Piedade. É o chamado para viver próximos de Deus. Tanto a piedade como a misericórdia é o dom de ajudar nosso irmão em todos os momentos da vida. Cuidar daquele que sofre. Esta vocação é para todo cristão, mas particularmente para os ministros da Igreja.

Convite para o temor de Deus. Não somos convidados para ter medo, mas para respeitar e reverenciar a Deus. Deus nos ama e nós amamos Deus. Esta tem que ser nossa recíproca a tudo o que Deus nos dá na vida. O sentido exato de amar a Deus sobre todas as coisas é fundamental para entendermos este dom.

Estes dons nos convidam para viver a santidade pessoal e promover a santidade na Igreja e na sociedade. Não são dons como bens particulares, mas somos presenteados por estes bens espirituais, pelos quais devemos servir os irmãos.


O ESPÍRITO SANTO EM NOSSOS DIAS

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Depois do Concílio de Trento, face às mudanças realizadas após a contra reforma, a bíblia ficou mais próxima do clero do que do leigo. O Concílio Vaticano II resgatou para os leigos não somente a Bíblia, mas também o Espírito Santo.

Vemos hoje o quanto o Espírito Santo é venerado, principalmente através Renovação Carismática Católica, que é um movimento da Igreja Católica Apostólica Romana, surgido nos Estados Unidos na década de 1960 e que depois do Vaticano II acabou espalhada pelo mundo todo, mantendo os dogmas do Catolicismo Romano e trazendo o pensamento ecumênico. A prática deste movimento fundamenta-se da experiência de cada católico com Deus, pela força do Espírito Santo e de seus dons, com o sentido simples de todos serem discípulos de Jesus Cristo. São chamados também de Católicos Carismáticos e seu início aconteceu com a chegada do Pentecostalismo no início do século XX, também nos Estados Unidos.

O importante de toda esta revolução foi que o Espírito Santo tornou-se, principalmente para os mais jovens católicos uma forma de receber seus dons com fé e cantos, tornando-se a adoração do santíssimo uma forma de revelar sua identidade com Jesus Cristo. 

 

 

Prof. João Henrique Hansen – Pe. Antônio Sagrado Bogaz

autores de Novos tempos, novos templos. Paulus:2015

PBJH

Conhecendo mais…

  

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PENTECOSTES:

SUA ORIGEM JUDAICA

 

A festa de Pentecostes tem sua origem na tradição judaica. Trata-se da Festa das Sete Semanas (Shavuot) que é a festa das Colheitas ou das Primícias.  Essa festa era celebrada 50 dias depois da Páscoa e também podia ser chamada de Pentecostes, exatamente pela marcação da data. Essa festa tinha um caráter festivo e era campestre, pois celebrava as colheitas que ocorriam para agradecer a Deus pelas boas colheitas do ano. Essa boa colheita era celebrada como uma louvação a Deus, pois tudo era graça de Deus. Antes daquela festa, nenhum cereal da nova colheita podia ser comido, pois neste ritual, os alimentos eram abençoados, os primeiros feixes oferecidos para o Senhor e depois faziam uma grande festa. Os agricultores acorriam às cidades, para levar seus alimentos e para  celebrar, promovendo uma grande festividade nos vilarejos. Muitas vezes, quem podia peregrinava até Jerusalém, em grupos, tocando flautas e dançando pelas estradas. Levavam cestos de flores e frutos, como o trigo, cevada, figo, tâmaras. Depois da entrada na Terra prometida, esta data também era comemorada para celebrar o espírito de Deus que iluminou Moisés, conferindo-lhe a Torá. Torna-se a  “festa do Espírito”, que desceu sobre Moisés no Sinai, 50 dias depois da Páscoa. É a manifestação do Espírito Divino.

Suplemento para fé… 

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MARIA, HABITAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
Em ti, Maria, o Espírito habitou como uma moradia
No teu ventre encontrou suave harmonia 
Em ti, Maria, o Espírito pousou como uma mansão
Na tua vida elevou infinita gratidão 
Em ti, Maria, o Espírito cantou como uma poesia
Na tua prece entoou encantada alegria 
Em ti, Maria, o Espírito escreveu como uma história
Na tua existência restaurou divina memória 
Em ti,Maria, o Espírito iluminou como um farol
Na tua imagem embelezou dourado sol 
Em ti, Maria, o Espírito coloriu  como uma paisagem
Na tua alma desenhou celestial imagem 
Em ti, Maria, o Espírito restaurou a bondade
Na tua história recriou nova humanidade 
Em ti, Maria, o Espírito refez a natureza
Na tua graça restituiu nossa divina beleza.
 
a.s.bogaz – jh hansen