ATENÇÃO: DEUS VAI FALAR
A Igreja pós-conciliar tem se preocupado em valorizar a Palavra de Deus, talvez porque durante séculos não lhe foi dada a devida importância. Nesta direção, entre os meses temáticos, incluiu-se um mês para resgatar a presença das Sagradas Escrituras na Liturgia. Neste sentido, tem-se procurado num período de três anos para ler a Bíblia em sua quase totalidade. Alguns livros são lidos de forma contínua, enquanto outros são escolhidos algumas passagens mais importantes.
Nas celebrações dominicais, tem-se procurado ler as passagens mais significativas do Antigo Testamento, como Primeira Leitura. Nos Evangelhos são contemplados os livros sinóticos durante três anos alternados e o Evangelho de João para os tempos mais fortes do Ano Litúrgico. Os Atos dos Apóstolos são lidos no Tempo Pascal, enquanto as Epístolas Paulinas e Pastorais são lidas como Segunda Leitura. Os salmos do Antigo Testamento e alguns Hinos do Novo Testamento são rezados entre as leituras. A configuração da Liturgia da Palavra é a seguinte: leituras das Escrituras, salmo responsorial, aclamação, homilia, profissão de fé e oração universal.
Eis a mística da Liturgia: “é silêncio no coração e na comunidade”. A voz de Deus será proclamada. Deus nos fala e nós queremos escutar. As leituras são atualizadas pela homilia. Através do presidente da celebração, Deus revela o mistério da redenção e da salvação, ofertando-nos um alimento espiritual. Quando Deus fala, o povo acolhe pelo silêncio, depois responde pelas aclamações, se apropria da mensagem pelos cantos, confirma sua credulidade pela profissão de fé e testemunha sua adesão pela renovação da própria vida.
Entre as leituras existe uma unidade íntima que revela o cumprimento das promessas divinas, iniciadas na primeira Aliança e plenificadas na Aliança com Cristo. Proclamando o Evangelho, que é o ponto alto da revelação.
Liturgia da Palavra evidencia-se a íntima intimidade entre os cristãos e Deus Pai. A mediação desta unidade mística é realizada por Jesus Cristo. A Igreja, para dinamizar e valorizar a Sagrada Escritura no ritual eucarístico sugere que se encontrem gestos, símbolos, refrães e movimentos que torne mais solene a Liturgia da Palavra. Que a Liturgia da Palavra aconteça sem pressa e também sem morosidade, para que os fiéis sejam envolvidos na proclamação, cantos, silêncio e homilias que compõem esta preciosa parte do ritual da ceia do Senhor.
Fonte: O DOMINGO – Semanário Litúrgico-Catequético – 19/06/2016
Pe. Antônio S. Bogaz – Prof. João H. Hansen
