O DOMINGOS 01 05

FORMAÇÃO DA COMUNIDADE

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Nas primeiras cenas dos Atos dos Apóstolos, revela-se uma descrição importante da comunidade dos primeiros seguidores do Senhor Ressuscitado: “os discípulos se reuniam para partilhar a Boa Nova e repartir o pão”, cumprindo o mandato do Mestre. A Palavra, com certeza, é um alimento espiritual para quem quer conhecer os ensinamentos de Cristo, transmitido pelos Apóstolos. É, ainda, fonte de espiritualidade e de meditação, para sentir o amor de Deus e sua dedicação aos seus consagrados pela fé. A Palavra é como um livro de oração e preces para elevar o coração até Deus. No entanto, a Igreja destaca a Palavra como construtora da vida comunitária. Como os discípulos nos primeiros tempos, os cristãos ao longo dos séculos e em nossos dias, em todos os lugares, somos congregados para proclamar, ouvir e viver a mensagem da Boa Nova. Na Liturgia da Palavra, como parte integrante da ceia do Senhor, o povo de Deus vivencia suas alegrias e esperanças, comunga suas angústias e conquista com os irmãos e irmãs, sempre voltados para Deus-Trindade. Pelos versículos e capítulos proclamados nas leituras, salmos e Evangelhos descobrimos o que Deus espera de cada um de nós, mas também apreendemos a auto-oferenda gratuita deste mesmo Deus, concretizada na entrega de seu Filho na cruz. Ao ouvirmos e rezarmos as palavras bem proclamadas, fundamentamos a festa da comunhão eclesial. Tornamo-nos irmãos, envolvidos na recitação de um testamento profundamente amoroso. Os textos proclamados, tanto como testemunhas da Antiga Aliança, como sua plenitude, a Nova Aliança, explicitam o mistério pascal e refletem o poder libertador de Deus para com seu povo.

Verdadeiramente, garantindo a fecundidade da Palavra em nossas celebrações eucarísticas (e em todas as demais celebrações), o povo congregado por Jesus Cristo para Deus cresce e se edifica como comunidade ao escutar e rezar a Palavra. Não basta ler a Palavra, é preciso proclamá-la. Não basta escutar o Anúncio, é preciso fecundá-la em nossa vida. 

Na comunidade, os prodígios divinos realizados na história se fazem nova realidade, de forma misteriosa e real. Reunidos por Cristo, sentimo-nos como os discípulos de Jesus ao seu redor, ouvindo a Palavra, sentindo enorme alegria e renovando nossas vidas.


 

 

Fonte: O DOMINGO – Semanário Litúrgico-Catequético – 01/05/2016

Pe. Antônio S. Bogaz – Prof. João H. Hansen

PBJH