O DOMINGO 12 06

ALTAR SAGRADO DA PALAVRA

o domingo 12 06

     Todos os templos cristãos, consagrados ou abençoados, têm dois altares: altar da ceia eucarística e altar da proclamação da Palavra. Toda a terra é abençoada e todos os lugares do mundo são santos, mas a comunidade cristã precisa de um espaço sagrado para se reunir, ouvir a voz de Deus, dialogar e rezar e viver na comum-união a mensagem divina que ecoa em suas vidas.

     Por muitos séculos, não houve atenção suficiente para com o altar da Palavra, dito ambão. A sofisticação do altar do sacrifício foi preponderante e muitas vezes reduziu-se o altar da Palavra a uma pequena haste que mal suportava a Bíblia e nem lhe dava suficiente solenidade. Nos tempos primitivos da Igreja, havia grande preocupação com os textos sagrados e suas cópias e divulgação eram muito intensas. Em alguns períodos, sobretudo no mundo monástico, as ilustrações dos textos bíblicos mostravam a sua importância para os cristãos. Mesmo os vitrais com as cenas bíblicas revelavam que os ensinamentos das Escrituras eram fundamentais na formação religiosa, uma vez que tantos fiéis desconheciam as letras.

      Como o altar do sacrifício, onde se ritualiza a ceia do Senhor, é bem valorizado, para engrandecer o acontecimento litúrgico, o altar da Liturgia da Palavra deve ter a mesma simplicidade e solenidade (não necessariamente as mesmas dimensões) para que os fiéis entendam que as leituras não são apenas elementos complementares da Missa, mas que compõem sua essência. De fato, as leituras bíblicas, Antigo Testamento, Epístolas e Evangelhos, são elementos constitutivos de nossas celebrações sacramentais. Existe inclusive um apelo do Concílio Vaticano II para que nenhuma ação litúrgica seja realizada sem ouvir a Palavra de Deus, pois é no “altar da palavra” que os fiéis se iluminam da graça divina e reconhecem o significado de todo ritual.

     A dignidade da Palavra de Deus requer um espaço celebrativo digno, que atraia, sem dispersão, a atenção dos fiéis. Seja um lugar de reverência e de nobreza.

     Como falamos da dignidade do “altar da Palavra”, igualmente os livros litúrgicos sejam belos e dignos, e o povo possa participar acompanhando as leituras e as orações. Mesmo a acústica, iluminação e alfaias devem contribuir para que a Palavra seja comunicada com eficiência e o caráter misterioso de sua mensagem toque o espírito dos fiéis.



Fonte: O DOMINGO – Semanário Litúrgico-Catequético – 12/06/2016

Pe. Antônio S. Bogaz – Prof. João H. Hansen

PBJH