PALAVRA DE DEUS, FONTE DE UNIDADE
A maior graça da participação eucarística é a unidade dos cristãos ao redor do seu Senhor. Trata-se de uma unidade tão profunda que unifica a pluralidade das culturas, das etnias e dos grupos sociais, congregando-os como irmãos na fé. Independente de suas próprias concepções e origens, os cristãos que se encontram para celebrar a Ceia constituem uma família verdadeira que compartilha dores e alegrias, labutas e vitórias. Bem sabemos que a unidade fácil se realiza no extermínio da pluralidade e na imposição da uniformidade. No entanto, na mesa da Ceia do Senhor, unem-se todos os povos e pessoas, vinculadas pela força espiritual das espécies eucarísticas e dos livros sagrados.
Quando celebramos os Sacramentos e proclamamos a Palavra de Deus, somos convidados a viver como irmãos e irmãs, a família espiritual que se unifica pelo ideal da fraternidade universal. Vive-se comunitariamente os mesmos sentimentos e partilham as mesmas angústias, satisfações e ideais. Esse projeto suscitado pela Palavra assume os irmãos mais maltratados da sociedade, sejam imigrantes, enfermos, idosos e pobres. A liturgia é o ápice da vida eclesial, pois celebramos em seus ritos todos nossos momentos existenciais. Toda liturgia nos leva para o coração da graça divina, onde se realiza o encontro fundamental com Jesus Cristo. Na Missa, este encontro tem sua maior elevação na partilha da Eucaristia, que é o porto de chegada de todo ritual. O caminho para este momento grandioso é a Palavra de Deus. Nesta festa da “comunhão eclesial e universal, a comunidade se unifica, pois celebra a ação do Senhor, que assume cada ser humano e o liberta para a felicidade plena” (CNBB. Doc. 52, 16).
Verdadeiramente, a Igreja, como povo de Deus convidado para o culto, se edifica e cresce ao proclamar e escutar a Palavra de Deus. Cada vez que a Igreja, na celebração litúrgica, anuncia e proclama a Palavra de Deus, unifica os fiéis e se renova como povo da Aliança de Jesus Cristo.
Composta por pessoas simples e humildes, mesmo que de diversos grupos sociais, a unidade se realiza por estarem todos comprometidos com a solidariedade e vivendo como ideal de vida a fraternidade universal, “onde Cristo será tudo em todos e todos partilharão dos mesmos bens da criação”.
A verdadeira unidade é a integração essencial de cada ser humano em sua pluralidade cultural, étnica e nacional. Este é o propósito fundamental da ceia Eucarística e a Palavra de Deus é sua mais eminente iluminação.
Fonte: O DOMINGO – Semanário Litúrgico-Catequético –11/09/2016
Pe. Antônio S. Bogaz – Prof. João H. Hansen
*****
