O DOMINGO 06 11

DINAMIZAÇÃO DA LITURGIA DA PALAVRA

O DOMINGO 30 10

Em décadas anteriores ao Concílio Vaticano II, não se falava em equipe de liturgia, uma vez que as ações litúrgicas eram objetivamente definidas pelos rituais e não eram acolhidas novas formas dinamizadoras. Independente dos modelos de assembleias, os rituais eram idênticos, sem considerar variações culturais e religiosas dos povos. É inegável, a bem da verdade, que havia pessoas dedicadas na comunidade que estavam atentas às expressões religiosas dos ritos e aos espaços sagrados. Nunca faltaram para as nossas celebrações a beleza estética e a reverência, reveladoras da preciosidade dos mistérios celebrados pela comunidade.

Apareceram, com a redescoberta da criatividade, inculturação e adaptação aos rituais, a necessidade de formação litúrgica, considerando seus fundamentos e sua pastoralidade. Um grande número de equipes de liturgia, de cursos, de livros e encontros selaram esta nova perspectiva litúrgica. Embora não tenha acontecido sem excessos ou erros, a renovação das celebrações e, particularmente da Liturgia da Palavra, propiciaram celebrações mais ativas, conscientes e fecundas.

As celebrações passaram a honrar muito mais a Liturgia da Palavra e para tal criar instrumentos para sua edificação. Antes de tudo, devemos apreciar a abundância dos textos bíblicos, que representa quase todos os livros bíblicos. Depois, a divisão dos três ciclos (A, B, C) permitem que os textos dos evangelhos, do Antigo Testamento e cartas do Novo Testamento sejam contemplados com grande extensão e harmonia.

Alguns gestos e símbolos permitiram que a Liturgia da Palavra tivesse uma maior consideração, registrando procissões de entrada da Bíblia, do Evangeliário e de seus leitores. A inclusão de cantos e refrães e mesmo aplausos (em momentos específicos) servem para trazer a atenção da assembleia para esta parte integrante do ritual.  A ornamentação do espaço sagrado da Palavra, mesmo sendo um gesto exterior, contribui para que a comunidade compreenda melhor que a Liturgia da Palavra não é assessorial nas celebrações sacramentais, mas seu elemento constitutivo, como o altar da ceia.

As equipes de celebração devem conhecer profundamente todas as dimensões dos rituais, para que as dinâmicas referentes à Liturgia da Palavra não desviem, antes aprofundem a validade das Escrituras Sagradas nos rituais. Numa descrição da comunidade primitiva de Jerusalém, a peregrina Egéria, descreve que “pela sua grandiosidade, o altar da Palavra é tão bem ornamentado, que revela a profundidade dos textos proclamados”.


Fonte: O DOMINGO – Semanário Litúrgico-Catequético –30/10/2016

Pe. Antônio S. Bogaz – Prof. João H. Hansen

 *****

PBJH