O DOMINGO 04 09

SENTIDO LITÚRGICO DA PALAVRA DE DEUS

o domingo 04 09

Muitas vezes, ao recordar os caminhos da tradição sacramental de nossa Igreja, temos a impressão que a Palavra de Deus era um tesouro escondido, distante e intocável. Com certeza, esta impressão nasce do fato que a havia muitas restrições para a aproximação dos fiéis deste “tesouro precioso”. Preocupada com as grandes dissenções e divisões dentro da Igreja a longo da história, sempre partindo de interpretações errôneas ou parciais da Palavra de Deus, especialmente dos livros mais susceptíveis de interpretações divergentes. Com o Movimento Litúrgico do século XX, que culminou no Concílio Vaticano II, do qual celebramos o Jubileu de Ouro, os pastores da Igreja promoveram a redescoberta dos livros sagrados, para alimentar a espiritualidade dos fiéis e iluminar a sua vida cotidiana. Houve uma corrida impressionante para conhecer os métodos bíblicos, suas expressões literárias, sua exegese e sua hermenêutica.

Nossos pastores, nas Conferências continentais realçam o valor da Liturgia da Palavra e sua interação com as funções sacramentais, especialmente o Batismo e a Ceia Eucarística. Ilustra esta preocupação o Documento da Conferência de Medellin (1968) quando ensina que as comunidades “fomentem as sagradas celebrações da Liturgia da Palavra, relacionando-as com as demais partes rituais, para que alcancemos maior eficácia e colhamos os benefícios espirituais dos sacramentos” (9, 14).

A Palavra divina nas celebrações é propícia para a evangelização, pois elas contemplam uma abundante, variada e bem escolhida leitura da Sagrada Escritura (Puebla, 944).  Neste objetivo, entendemos a importância de seguir com fidelidade os trechos bíblicos propostos pelos lecionários, pois eles foram elaborados em função de o conhecimento amplo e harmonioso da história sagrada, integrando os acontecimentos da Aliança Antiga com a Aliança perene em Jesus Cristo.

A celebração da Palavra de Deus na Ceia Eucarística e nos demais sacramentos é a atualização da presença do mistério de Cristo que torna operante a força transformadora da graça divina.



Fonte: O DOMINGO – Semanário Litúrgico-Catequético –04/09/2016

Pe. Antônio S. Bogaz – Prof. João H. Hansen

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PBJH