O DOMINGO 02 10

ESPAÇO SAGRADO DA PALAVRA

02 10 - ajust

Quando trata dos espaços sagrados dos cultos litúrgicos, a Igreja procura valorizar a nobreza da Liturgia da Palavra. Nem sempre as comunidades e as equipes ministeriais da liturgia estão atentas a questões simples como visualização dos leitores, beleza e decoro do Altar da Palavra, sonorização e acústica e os mesmos lecionários e livros bíblicos. A preocupação elevada e legítima com o altar da ceia corre o perigo de relegar a um plano inferior o espaço da Palavra. Para nos despertar para estes cuidados, a Igreja fala de uma “presença real” de Cristo na Palavra (Instrução Eucharisticum Mysterium, n. 9). De fato, devemos estar atentos às condições exteriores do espaço sagrado da Palavra, pois “a Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, como venera o próprio Corpo do Senhor.”. Deve-se distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da Palavra de Deus, quer do Corpo de Cristo” (Dei Verbum, n. 21).

De fato, as duas partes da Ceia estão intrinsecamente ligadas entre si que formam um único ato de culto, pelo qual se celebra a Aliança. 

Do mesmo modo que o altar da Ceia expressa a magnificência das espécies eucarísticas, o ambão ou o altar da Palavra revela a dignidade da Palavra. Para este lugar, devem se voltar espontaneamente a atenção dos fiéis quando a mensagem divina é proclamada. Do ponto de vista físico e estético, “convém que este lugar tenha uma estrutura estável, solene e simples, mais que uma simples estante móvel” (IGMR, n.272). Bem sabemos, naturalmente, que os elementos exteriores não são acessórios na concepção litúrgica, mas eles revelam a grandeza dos elementos essenciais. A mesa da Palavra cuidada com esmero e esteticamente agradável revela o apreço que se tem com os livros litúrgicos e os lecionários. Vai permitir, como se espera destas proclamações, que os leitores sejam facilmente vistos e ouvidos em todos os ângulos da assembleia.  Esta mesa é propícia para o anúncio da Palavra e mesmo a homilia e a oração dos fiéis. Reconhece-se daí a dignidade e nobreza destes momentos litúrgicos.   

Tais proposições podem parecer elementares, mas nem sempre são assumidas com atenção e muitas vezes revelam certo descaso com a Liturgia da Palavra. Afinal, os fiéis devem ser dispostos na assembleia de sorte que possam participar das ações sagradas com os olhos e o espírito (IGMR, n. 273). Os elementos exteriores contribuem também para a eficácia sacramental e a eficiência ritual.


Fonte: O DOMINGO – Semanário Litúrgico-Catequético –02/102016

Pe. Antônio S. Bogaz – Prof. João H. Hansen

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PBJH