GAUDETE ET EXSULTATE SOMOS TODOS SANTOS NO SENHOR

“GAUDETE ET EXSULTATE”

SOMOS TODOS SANTOS NO SENHOR

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Foi com uma grande expectativa e alegria dos fiéis, que neste ano do leigo, o Papa Francisco resolveu contemplá-los com esta exortação apostólica, a terceira do seu pontificado. Trata-se de uma Encíclica totalmente voltada ao convite à santidade e se dirige a todos os fiéis, particularmente os leigos. Para superar uma mentalidade milenar que considerava como santidade os caminhos de papas, bispos, padres e religiosas. O mundo mudou muito nestes dois milênios, de modo que o sentido de santidade precisava ser revisto. Nosso Papa quer dizer nesta nova exortação apostólica é que a santidade é um direito e um dever de todos os cristãos.

 

EM CRISTO, SOMOS SANTIFICADOS

Alegrai-vos e exultai, caros fiéis. Este é o convite amável de nosso Papa. Neste documento, trata-se do convite santidade no mundo contemporâneo. Quando somos batizados, recebemos a semente da santidade. A partir deste brilho divino, como cristão, somos integrados em Cristo. 

Este convite nos dá a graça para ser santificado por pertencer ao Senhor. Busquemos, neste itinerário, uma explicação mais detalhada deste sentido de santidade. Crescemos em volta de nossos santos, Santo Antônio, São José, Santa Rita de Cássia, São Pedro e tantos outros milhares de santos da igreja católica. São homens e mulheres que viveram santamente e a Igreja, após cuidadoso estudo de sua vida e obras, foram reconhecidos pelas virtudes e assumidos publicamente como mediadores junto a Deus. Nestes casos, estamos diante de santos que foram canonizados pela Igreja. Estes santos se destacaram entre tantos cristãos e por isso fazem parte de um panteão que tiveram a vida tão dedicada a Deus que mereceram esta honraria.

Todos os cristãos viveram sua vocação cristã de forma ordinária e pertencem a multidão dos salvos pelo sangue do Cordeiro, mesmo que não foram integrados nesta sala divina porque não foram canonizados. No processo de canonização, os eleitos precisam ser intercessores de dois milagres, um milagre no grau de beatificação e outro na canonização.

 

OU SANTOS OU NADA, DIZ O PAPA

Eis a novidade da santidade anunciada pelo Papa Francisco: todos são chamados à santidade. Nesta nova mentalidade, descobrimos a renovação dos pensamentos contemporâneos sobre a lista de santos. De fato, antigamente procurava-se considerar que os santos tinham dedicação plena ao Senhor, na consagração dentro do clero e religiosos. Muitos poucos eram os leigos que eram canonizados, embora as comunidades registravam grandes homens e mulheres de grande piedade e de grande devoção. É infinita a quantidade de leigos que as comunidades ressaltam como verdadeiros santos, com uma vida edificante.

O Papa nos faz entender e assimilar o que é bem óbvio: um leigo também pode ser santo, por ter uma vida cumpridora de todos os seus deveres. Papa Francisco ensina nesta sua exortação que todo católico que cumpre seus deveres, que tem sua família, seu trabalho, que é um batalhador no dia a dia, pode ascender à santidade. Pode mesmo ser um santo canonizado, observando-se, é claro, sua vida exemplar na terra. Santo, em verdade, é todo cristão que cumpre os ensinamentos de Jesus Cristo e vive na piedade e no serviço aos irmãos. Os santos são exemplos e modelos para nossa vida, no seguimento a Cristo na Igreja. Mas também são solicitados pelos fiéis a serem intercessores junto a Deus. Por sua intercessão, são atribuídos a eles os milagres que fazem mais fecunda sua santidade. Todo santo é modelo e intercessor para os fiéis. 

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Registramos o texto da Exortação, para ilustrar nossa proposição: “O Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados. Quer que sejamos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa” (n.01). Vocação à santidade significa viver uma vida de valor, sem mediocridade e resignação, mas com desejo de transformar o mundo. Somos criados para a felicidade, para a santidade e para a renovação de nossa história. Este é o caminho de uma vida verdadeira; afinal fomos criados para sermos felizes.


 LAR CRISTÃO: VOCAÇÃO E SANTIDADE

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Todos nós sabemos que o matrimônio é um sacramento e é dentro dele que a família vive sua vocação. O casal se consagra na Igreja para construir uma família. Tem o propósito de educar os filhos na nossa comunidade, levá-los numa vida honesta e viver com uma alegria imensa junto a Jesus Cristo. O lar cristão deve participar da vida em comunidade e sempre estar presente nas celebrações, particularmente na Eucaristia dominical. Na encíclica, Papa Francisco nos diz: “não pensemos apenas em quantos já estão beatificados ou canonizados”(n. 06). Nosso objetivo cristão não é ser inscrito no “cânon (lista) dos canonizados, mas estar inscritos no coração de Deus. Segue o texto, com palavras eloquentes do Papa: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir: ‘classe média da santidade’ (n. 07)”. Classe média indica aqui a santidade comum, ordinária, sem grandes fatos ou eventos, mas a simplicidade e a grandeza do cotidiano. Não indica, absolutamente, mediocridade na santidade, mas uma santidade profunda e elevada, no cotidiano e nas atividades comuns, na família, na comunidade e na sociedade. Simplesmente, a santidade está presente, no coração daqueles que seguem Jesus Cristo.

No tema, “Alegrai-vos e exultai”, o Papa Francisco profeticamente nos orienta: “Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra”(n. 14).

Com surpresa, o Papa coloca todos os católicos no mesmo patamar. Se no início do cristianismo seguíamos um caminho de dor pelo martírio, hoje vivemos outra realidade. Procuremos nossos santos no meio do povo, daqueles que lutam bravamente para ter uma vida decente e longe do pecado, longe de uma vida fútil, que não leva a lugar nenhum.

Santidade é fugir dos caminhos maus, da vida despreocupada e omissa diante dos irmãos que sofrem. Santidade é a busca constante dos bons caminhos e da dedicação ao próximo.

  

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SANTIDADE NO COTIDIANO DA VIDA

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Quando meditamos nesta exortação, devemos pensar que precisamos ser simples, despojados e sempre ajudar e servir os mais pobres. Nisto consiste a santidade de todos cristãos: sermos menos ambiciosos e mais altruístas.

O Papa Francisco nos ensina a sermos nós mesmos perante Deus. Todo lugar e todo modelo de vida é caminho de santidade: “Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais”(n. 14) Seja santo como jovem, como criança, como esposos, filhos e solteiros. Toda vida é obra prima da santidade, qualquer que seja sua opção de vida. A santidade não tem privilégios de modelos de vida; vale a forma como vivemos nosso estado de vida. 

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SANTIDADE NOS PERCALÇOS DA VIDA

A vida conjugal tem suas exigências, seus desafios e suas alegrias. Todo fiel no matrimônio deve fazer do casamento um instrumento de paz e amor, trabalho e cuidado em relação à família. Santidade é saber direcionar os conflitos que surgem no dia a dia, na escola, no ambiente do serviço, nas tarefas de todos os membros da família. Esta santidade requer oração para que o Espírito Santo chegue com sua sabedoria nos corações de todos. Mesmo no mundo de hoje, tão conturbado e carregado de desavenças e vícios, a família, sempre sob a luz de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, é convidada atravessar seus percalços os dramas da vida, sem perder a santidade e seus valores sagrados.

O Papa acredita na santidade no cotidiano, na convivência no trabalho, no lar e na comunidade. Assim, ele pede que se encontrarmos ao nosso redor falando mal de outros, devemos simplesmente passar adiante e não nos envolvermos em nenhum tipo de fofoca. A “fofoca” é um mal que maltrata os relacionamentos e causa danos às suas vítimas. Sempre que alguém faz calúnias é porque tem ouvidos curiosos e maléficos curiosando. Portanto, é tão culpado o fofoqueiro, como seu interlocutor, que o alicia a divulgar injurias. É pecado pois nos traz prejuízo moral, afasta-nos do caminho da santidade e é um mal social.

Quem precisa discernir é nossa consciência, pois compreendemos que estamos cometendo grandes danos aos irmãos. Para o Papa, santidade não é feita de grandes eventos e ações, antes se realiza em pequenos gestos e atitudes edificantes. São as sutilezas que nos levam à santidade. Neste caminho, todos devemos persistir, conforme Cristo nos ensinou.

Somos convidados, repete sempre o Papa, a dar passos em direção à santidade. Os pais chegam do trabalho e tem que dividir com os filhos a vida e, mesmo cansados, devem ensiná-los e procurar ser atentos aos seus estudos e mais que tudo, saber como passaram o dia.

Pais e filhos é preciso não esquecer que viver a santidade neste mundo cheio de vícios e maldades é bem difícil. Por ser difícil, é um bem mais precioso, para o qual contamos com a graça de Deus. Sem a graça, caímos na desgraça.

 

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SANTAS NOS ALTARES E NOS LARES

Muito interessante é notar que o Papa dedica um capítulo especial para recordar e exaltar as grandes mulheres que marcaram a vida da Igreja, por sua coragem e sua profecia, com gestos grandes de santidade. Mulheres religiosas, mulheres mães, mulheres batalhadoras. Grandes mulheres, foram marcos na história de suas comunidades, de seus conventos e de suas cidades. Contamos com estas mulheres nas lutas sociais e na dedicação às questões humanitárias.

Apesar de termos tido na vida da Igreja, períodos em que as mulheres, devido ao preconceito dos homens, eram muito excluídas, podemos ter certeza que o Espírito Santo, como nos ensina Francisco, estava atento para mostrar aos fiéis que muitas mulheres provocaram novos dinamismos espirituais e reformas, também, importantes na Igreja.

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Num parágrafo especial, alguns nomes são exaltados. Basta lembrar a presença de Santa Hildegarda de Bingen, Santa Brígida, Santa Catarina de Sena, Santa Teresa de Ávila, Santa Teresa de Lisieux, Santa Helena, Santa Margarida e tantas outras que com seu testemunho e sua fé, estiveram presentes na história dos Santos e da Igreja.

Cada uma trouxe para a Igreja, sempre alguma coisa nova, para engrandecer a fé e a adoração no Senhor Jesus Cristo.

O Papa escreve: “A propósito de tais formas distintas, quero assinalar que também o «gênio feminino» se manifesta em estilos femininos de santidade, indispensáveis para refletir a santidade de Deus neste mundo.

E precisamente em períodos nos quais as mulheres estiveram mais excluídas, o Espírito Santo suscitou santas, cujo fascínio provocou novos dinamismos espirituais e reformas importantes na Igreja” (n. 12).

O caminho da santidade tem nas mulheres grandes exemplos e testemunhos. São santas no altar que representam as santas de nossos lares, de nossas comunidades e mostram que as mulheres constroem.

 

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DESVIOS DA SANTIDADE NA HISTÓRIA

Tivemos na História da Igreja, dois elementos que apareceram para conturbar a fé dos cristãos, o gnosticismo e o pelagianismo. São linhas teológicas e filosóficas que confundiram o conceito de santidade e se desviaram dos caminhos de Cristo.

O gnosticismo é um conjunto de correntes filosófico-religiosas sincréticas que chegou a disfarçar-se de cristianismo nos primeiros séculos, sendo muitas vezes tido como alta teologia. Foi posteriormente declarado como um pensamento herético, após um período em que desfrutou notoriedade entre os intelectuais cristãos. O movimento foi muito agressivo e prolongou-se num longo período com grandes discussões entre os Padres da Igreja. Naqueles primeiros séculos, o gnosticismo influenciou muitos cristãos, sendo aos poucos criticados e condenado pelos Concílios cristãos. Podemos entender que no gnosticismo, o homem quer dominar a esfera divina e sentir-como o próprio Deus. É a presunção de considerar-se senhor da verdade e não integrar-se na comunidade. Esta tendência intelectual tem afastado muitos cristãos da virtude da humildade.

De igual modo, a presunção de muitos cristãos ainda hoje de sentirem-se superiores aos irmãos e os julgarem como pecadores, é um resquício do pelagianismo. Esta heresia tem origem muito antiga, nos primeiros séculos da Igreja. Sim, o pelagianismo, por sua vez, tem este nome por causa de Pelágio da Bretanha. Foi um pensamento teológico que negava o pecado original, a corrupção da natureza humana e o livre arbítrio. Por esta razão, estes cristãos sentem-se santos e rejeitam a graça divina para sua própria salvação.

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Por isso, neste sentimento pelagiano, o homem seria então responsável pela própria salvação e não precisaria da graça divina. Segundo, acreditavam os pelagianos, o homem nasce moralmente neutro, sem qualquer necessidade divina para se salvar. É um tema sempre recorrente, pois durante a Reforma Protestante foi um dos grandes temas, pois versava sobre a natureza e a amplidão do pecado original.

O texto é imperativo referente aos desvios da santidade: Estes dois males da tradição da Igreja são duas heresias que surgiram nos primeiros séculos do cristianismo, mas continuam a ser de alarmante atualidade. Ainda hoje os corações de muitos cristãos, talvez inconscientemente, deixam-se seduzir por estas propostas enganadoras. Nelas aparece expresso um imanentismo antropocêntrico, disfarçado de verdade católica” (n. 35). Estejamos alertas, pois os desvios da santidade são sutis e bem disfarçados.

O Papa Francisco nos alerta sobre o grande perigo contra a santidade, que transcorreu por causa do agnosticismo e do pelagianismo. Quer queiramos ou não, a fogueira nunca apaga realmente e pode de repente incendiar. Francisco, também nos “adverte que podemos encontrar estas atitudes dentro da própria Igreja. Se olharmos bem, notamos que é típico dos gnósticos crer que eles, com as suas explicações, podem tornar perfeitamente compreensível toda a fé e todo o Evangelho”. No pelagianismo, percebemos que o homem se acha muito santo, mas entendemos como verdadeiros fariseus. Os pelagianistas sempre têm uma lei para se afirmar; tudo é retrucado em função das suas leis que sempre os favorecem. Não há santidade sem a graça de Deus e sem a humildade de sentir-se pecador e abrir-se à graça divina para buscar a conversão.

 

ALEGRIAS DA SANTIDADE

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No quarto capítulo da Encíclica Gaudete et Exsultate, Francisco repassa as características principais para entender o caminho da santidade através da “perseverança, paciência, mansidão, audácia e fervor”. No entanto, não se esquece de dar dois grandes temas para a santidade que é alegria e senso de humor. Sem alegria, não conseguimos não somos santos. São Felipe Neri diz que “um santo triste é um triste santo”. Não basta a alegria, pois para nossa elevação, devemos fazer caridade e ajudar os irmãos necessitados. Mas o Papa é inovador e afirma que para uma vida de santidade temos que ter senso de humor para atravessar os caminhos difíceis. Vencer as adversidades sem perder a virtude e enfrentar as tristezas sem dramatizar. Nossas atitudes influenciam as pessoas ao nosso redor.

No final da Exortação, o Papa Francisco nos diz que devemos nos afastar do maligno. O mal, o demônio não é um mito, mas um ser pessoal e espiritual que nos atormenta. A vida cristã é uma luta constante contra a mentalidade mundana, que “nos engana, atordoa e nos torna medíocres”. Com estes ensinamentos da Exortação Gaudete et Exsultate entendemos a lição que Francisco nos deixa com grande sabedoria. Lembre-se sempre que o sentido é alegrai-vos e exultai-vos e compreender que somos todos santos. Assim, somos convidados a seguir os ensinamentos de Jesus Cristo.




Prof. João Henrique Hansen – Pe. Antônio Sagrado Bogaz
Autores de A PRAÇA DA DÁDIVA
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ANOTAÇÕES SOBRE A GAUDETE ET EXSULTATE
É precisamente o espírito de alegria que o Papa Francisco escolhe colocar na abertura de sua última Exortação. De fato, o título “Gaudete et Exsultate”, “Alegrai-vos e exultai,” repete as palavras que Jesus dirige “aos que são perseguidos ou humilhados por causa dele”. Não é tão extensa, mas é muito densa e rica. Em verdade, nos cinco capítulos e 44 páginas do documento, o Papa segue a linha de seu magistério mais profundo, a Igreja próxima à “carne de Cristo sofredor.” Tem sua fascinação pelos mais sofredores do povo de Deus. São 177 parágrafos. O próprio autor adverte que não são “um tratado sobre a santidade, com muitas definições e distinções”, mas uma maneira de “fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade”, indicando “os seus riscos, desafios e oportunidades”(n. 2). É um texto maravilhoso e cheio de esperança, indicando caminhos para nossa santidade, a santidade dos cristãos.
Seu ensinamento é impressionante: “Deus é sempre novidade, que nos impele a partir sem cessar e a mover-nos para ir mais além do conhecido, rumo às periferias e aos confins. Leva-nos aonde se encontra a humanidade mais ferida e aonde os seres humanos, sob a aparência da superficialidade e do conformismo, continuam à procura de resposta para a questão do sentido da vida”.