CRONICA 28 01

SEDE DE APRENDER

OS VITRAIS DA CAPELA ORIONE

JC - crônica - vitral - 28 jan 17 ajust

Estávamos olhando os vitrais laterais da Capela Santo Orione, quando a Janaina do Paulo e a Nanci do Vado trocavam opiniões.

– Agora que terminamos estas pinturas e estes vitrais, não acredito que conseguimos pintar este painel de 15 murais – disse a Nanci, com olhar assustado.

 – Lembra quando a história dos vitrais começaram?  –  recordou a Janaina

– Acha que dá para esquecer ? O padre Bogaz queria os vitrais de qualquer maneira.

Chegaram as colegas de pincel e entraram na conversa, timidamente.

Me recordo – disse a Bruna – o Sr. João falava sempre numa igreja com muitos vitrais.

– Vieram com estas ideias – ajuntou a Nice, mãe da Keila. Andaram vendo muitas Igrejas.

 – Me recordo, claro que me lembro – foi a Keila que acrescentou – nem imaginava como se faziam vitrais.

– Acho, Janaina – disse a Nanci – que eles queriam nos provocar.

– Claro, pura provocação. Foi assim desde que fizemos a história de São Tarcísio.

– Nosso primeiro filme, Pão Divino, parece que faz tanto tempo.

– Parece que foi ontem.

– Aprendemos, como se aprende quando somos desafiados e acreditamos num projeto, uma ideia espetacular – disse a Nanci.

Você virou até assistente de direção – todas riram gostosamente.

Muito mais, co-direção – e riu. Vejam que lindos estes vitrais. Aprendemos cada passo.  E todos acreditaram em nós. O Marcos e a Sílvia deram a maior força.

–  Como sempre. Sempre a comunidade nos dá muito apoio.

– Até a Luciana, irmã do Pe. Bogaz e a Izabel Dias entraram na dança.

– Dizem que o Pe. Bogaz já fez várias capelas em outras paróquias.

– Mas nunca pintou murais e vitrais, como nessa de Dom Orione.

Não existe nada mais maravilhoso na vida quando somos desafiados a fazer um trabalho. Pesquisamos e vamos em frente. Bons orientadores são aqueles que nos deixam  “loucos de inspiração”. Esse é um caminho vital: acreditar em nós mesmos e encontrar quem acredita em nossos potenciais.

Todos nossos sonhos podem se tornar realidade quando temos autoconfiança e ainda mais quando encontramos quem deposita em nos grande confiança. Precisamos também perseverança e correr atrás como se diz. Os dons são bens gratuitos de Deus, mas temos que colhê-los na árvore da vida.  Somos desafiados e aceitamos o desafio. Muitas vezes, vimos pessoas humildes que nunca tinham ensinado, se tornarem ótimas catequistas.  A boa vontade nos faz transpor montanhas e navegar o mar. Boa vontade leva à confiança e a dedicação.

Testemunhamos a satisfação de quem realiza obras que pareciam impossíveis, quando vimos a felicidade estampada no rosto da equipe dos vitrais. Toda angústia das tentativas frustradas, toda ansiedade das experiências e longas horas dedicadas ao trabalho tão detalhista. Um quebra cabeças que se fez uma obra de arte.

Quando se constrói algo como uma capela em que todos deram suas mãos, do primeiro buraco no chão até a última vela no altar, sentimos a graça de Deus operando nos corações que se unem em comunidade. É uma ladainha de nomes bons, que fazem coisas incríveis e inéditas.

Elevamos o olhar para o céu e sentimos que São Luís está bem contente e testemunhamos que a fé remove montanhas, quer dizer congrega corações em comunidade e une as mãos para realizar maravilhas. Vá prestigiar as pinturas e os vitrais. Estão lindos.

Antônio Sagrado Bogaz – Prof. João Hansen